Artigo - AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Waldeni monteiro fontes[1]
Prof. Ms.: Berilo de Sousa Lopes
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar estudo realizado sobre o conteúdo avaliação educacional e neste contexto, serão apresentados os tipos de avaliação escolar, e seus significados, assim como sua importância relacionada ao desenvolvimento do aluno e ao trabalho pedagógico. Também aborda os instrumentos de avaliação, e como utilizá-los. Este trabalho leva o leitor a ter uma ampla compreensão de o que é avaliação, como e quando avaliar e por que avaliar.

1-INTRODUÇÃO

       Avaliação se define por dar valor a, até mesmo identificar qual é a importância de determinada coisa, ou mesmo valorizar o trabalho do outro. Portanto avaliação educacional sugere uma valoração dos dados relevantes objetivando uma tomada de decisão, pois é após uma avaliação diagnostica que se deve tomar uma posição quanto ao trabalho a ser desenvolvido, ou seja, tomar novos caminhos. Para avaliar o conhecimento e a aprendizagem do aluno, a avaliação é diagnostica formativa e somativa, dando-lhe o direito de ser aprovado ou não, mas esse direito é através do seu conhecimento. Para o professor a avaliação mostrará qual o método poderá ser utilizado em busca de melhoria no ensino/aprendizagem do seu aluno. A avaliação aborda valores qualitativos e quantitativos e leva professor e aluno a um desenvolvimento com eficiência. Entende se que o diagnostico das dificuldades ou facilidades do ato de aprender será compreendido através da avaliação, portanto não pode desprezar avaliação escolar.


2 – DESENVOLVIMENTO
 

2.1 - UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA

       A restropectiva histórica da didática, abrange duas partes, a primeira abrange o papel da disciplina antes de sua inclusão nos cursos de formação de professores a nível superior, no período de 1549 até 1930; já a segunda parte, apresenta a trajetória da didática a partir da década de 1930. Neste seguimento, destaca os aspectos sócio-econômicos, políticos e educacionais.
Segundo (ROMANELLI, 1984), os jesuítas foram os principais educadores de quase todo o período colonial, atuando aqui no Brasil, desde 1549 até 1759. Neste período o país passava pela fase da economia agrário-exportadora e a exploração metropolitana, portanto a educação não possuía um nível social valorizado. O enfoque metodológico de ensino dos jesuítas, centrava-se no caráter formal, tendo por base o intelecto, o conhecimento marcado pela visão essencialista de homem. Foram os jesuítas que implantaram a educação no Brasil e sua metodologia de ensino era a pedagogia tradicional leiga e implantaram o método Ratio Studiorum. Em 1759 os jesuítas foram expulsos do Brasil, aí surge a laicidade – Ensino Laico, que é a separação da Educação e a Religião. Em 1808 acontece a chegada da família real ao Brasil e nesse período fundam-se duas faculdades, de direito e medicina. Em 1920 começa a luta contra o movimento da escola tradicional no Brasil, e os princípios democráticos da pedagogia nova se faz presente na maioria das reformas educacionais e os intelectuais envolvidos nessas idéias foram reconhecidos como profissionais da educação. Do período de 1930 a 1945 a metodologia foi a tradicional. No período de 1930 do governo revolucionário Vargas, constitui o ministério da educação, em seguida lança-se o manifesto dos pioneiros da Escola Nova, e em 1932 acontece assim a reconstituição social da Escola na sociedade urbana e industrial. O período entre 1930 a 1945, foi marcado pelo equilíbrio entre as influencias da concepção humanista tradicional representada pelos católicos, e a humanista moderna, representada pelos pioneiros da educação nova. O manifesto dos pioneiros estabelece à relação dialética que deve existir entre a educação, e desenvolvimento, dando primazia a educação, efetivou assim a ideologia dos renovadores. Nesta seqüência apresentam-se as teorias pedagógicas na linha do tempo:
1- Pedagogia Tradicional de 1500 a 1930 (essencialismo) - veio através dos jesuítas e com a influência européia, com ênfase no ensino humanístico, com a capacidade de acumular informações com aspecto cumulativo do conhecimento. Teoria centrada no professor como transmissor do conhecimento, sendo a verdade universal e enciclopédica. Método de ensino expositivo dogmático, visando preparar intelectualmente e moralmente o aluno. (MIZUKAMI, 1986)
2- Pedagogia Escolanovista de 1930 a 1945 – (cognitivismo e humanismo) ênfase na participação ativa, individualidade, criatividade e autonomia. Método de Resolução de problemas, pesquisa de conteúdos que viabilizem o desenvolvimento cognitivo e afetivo individual, esta metodologia envolve o trabalho em grupo e o aluno faz sua auto avaliação. Ensinar significa criar condições de aprendizagem, priorizando as atividades do aprendiz, tendo em vista o desenvolvimento cognitivo, inserindo-o numa situação social. O papel do professor implica em ação sobre o meio, provocando a ação de descoberta do aluno, é, portanto o mediador da situação. Cabe ao professor respeitar seu aluno, considerando seus interesses e necessidades, expectativas e motivações ( SILVA, 1986). Seu método consiste em valorizar as atividades e experiências vividas pelos alunos, onde o aluno é o centro do processo E a avaliação é formativa.
3- Pedagogia Tecnicista de 1960 a 1970 – (comportamentalismo) ênfase nos princípios de racionalidade, seu pressuposto básico está na neutralidade científica. Método individualizado, utilizando modulo instrucional, com instruções programadas para o desenvolvimento das competências técnicas, requeridas pelo mercado de trabalho. Sua metodologia é o estudo dirigido e a avaliação é através de provas objetivas e os conhecimentos são considerados como resultado da experiência do aluno, é responsabilidade do professor assegurar a aquisição do comportamento ( MIZUKAMI, 1986).
4- Pedagogia Critica ou Progressista de 1970 a 1980 – (interacionista) ênfase no sujeito enquanto elaborador e criador do conhecimento vinculando-o à prática vivenciada no cotidiano. Centrada no contexto sócio político do aluno e a metodologia é a partir da realidade do aluno. Seu instrumento de avaliação todos os demais instrumentos mais a realidade do aluno. Enquanto que avaliar é levar o educando a ter consciência do seu papel social como sujeito consciente e critico.

2.2 – AVALIAÇÃO

       Avaliar significa dar valor a, ou mesmo valoração dos dados relevantes, objetivando uma tomada de decisões. Avaliar é o processo de evidenciar o significado dos fenômenos em suas partes e relações com outros fenômenos. A avaliação pressupõe uma articulação entre o ensino, aprendizagem e sua função básica se concentram em subsidiar o professor, a equipe escolar e o próprio sistema no aperfeiçoamento do ensino. Segundo PRADO, 1998, em suas afirmações supõe que o diagnostico das dificuldades ou facilidades do ato de aprender deve ser compreendido como uma analise da situação escolar. Nesta perspectiva, a preocupação restrita com o rendimento do aluno, a forma de se conceber o conhecimento e a educação, requer a busca de dimensões como: avaliação interna e externa, auto-avaliação; hetero-avaliação. Os objetivos da avaliação educacional, também sofrem modificações evidenciando como função básica a melhoria do ensino, ou seja, auxiliar o ensino e a orientação da aprendizagem e obter o máximo possível de informações sobre o aluno. No ato da avaliação se envolve alguns elementos essências como: objeto a avaliar, objetivos e propósitos da avaliação, o que será considerado como sucesso ou insucesso em relação ao objeto avaliado, identificação de efeitos planejados ou não esperados, realização continua de revisão dos processos e resultados, utilidade social do objeto de avaliação e da própria avaliação. Portanto, a avaliação educacional pode preencher vários propósitos, ressaltando objetos específicos para avaliar como: o professor; a disciplina; o currículo ou programa; a instituição educacional.
Neste contexto significa que a avaliação envolve variável como o professor, o aluno, o contexto da disciplina; e da instituição. Evidencia-se a relevância de se repensar a situação atual da pratica da avaliação realizada em sala de aula, como um processo que deve contribuir significativamente para a melhoria da qualidade do ensino oferecido nas escolas. Para um melhor esclarecimento sobre avaliação, muitos a conhecem como provas, exames e à atribuição de notas que leva o aluno repetir ou passar de ano, esta concepção atinge as escolas em todo país, mas esta concepção ultimamente está sendo reprovada. Neste sentido avaliação pode ser também avaliada, como um auxilio, para demonstrar o aprendizado e o grau de conhecimento dos alunos e classifica o trabalho dos professores. A avaliação é, portanto de certa forma de grande proveito, não deve ser vista com pavor e sim com alegria e satisfação, mas muitos alunos ficam apavorados quando se falam em avaliação, esse quadro precisa ser trabalhado, a fim de mudar essa ma concepção. Numa perspectiva qualitativa ou diagnostica, a avaliação verifica o aprendizado dos alunos assim como as dificuldades e os avanços do processo com intuito de corrigir ou mudar as diretrizes do trabalho pedagógico. 

2.3 - ABORDAGENS DE AVALIAÇÃO

A
avaliação educacional é uma tomada de decisão decorrente de um processo de coleta, analise e interpretação de informações, de acordo com um referencial de eficácia e eficiência. Quanto a avaliação pode ser mencionado as seguintes abordagens
A - Avaliação Qualitativa: aborda análise e interpretação, que possibilita um julgamento de valores e apóia-se em uma quantidade rica e detalhada de informações sobre o objeto a ser avaliado. Nesta abordagem descreve os detalhes e o conhecimento aprofundado do objeto em avaliação. Busca entender o significado que o objeto em avaliação tem para os participantes, e propicia a busca do significado do objeto para o grupo.
B - Avaliação Quantitativa: aborda a interpretação que possibilita o julgamento de valor, se baseia em número limitado de parâmetros. Nesta abordagem enfatiza a quantificação como fator de descrição do objeto avaliado; busca obter informações que possam ser generalizáveis e comparáveis a outras iniciativas semelhantes. 

2.4 – TIPOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem escolar apresenta uma especificidade e neste sentido, manifesta os tipos de avaliação que tem por objetivo diagnosticar os conhecimentos desenvolvidos por alunos e leva a uma melhoria da qualidade do processo ensino aprendizagem que poderá resultar na aprovação ou reprovação:

2.4.1 –
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 

      Esta avaliação visa identificar os conhecimentos dos alunos já construídos e as dificuldades que os mesmos apresentam no inicio do processo de ensino-aprendizagem, deve ser aplicada no início do período letivo ou de uma unidade de estudo. Essa avaliação fornecerá subsidio para uma tomada de decisão mais ampla para que seja traçado um plano geral de trabalho, pois só após reconhecer a realidade com a qual vamos trabalhar é que podemos definir nossos objetivos e consequentemente o caminho a ser percorrido para alcançá-los. Para esta finalidade podem-se utilizar alguns instrumentos como: questionários, observação, entrevista análise de resultados do período anterior e seminários. Mas a avaliação diagnostica, poderá acontecer também, após a definição dos objetivos, isto é acompanhando o projeto político pedagógico o plano de desenvolvimento ou o regimento da escola que em seu contexto podem ter em seus objetivos a elaboração de projetos de recuperação paralela dos alunos. Estas atividades de recuperação são planejadas após o diagnostico das dificuldades apresentadas.

2.4.2 – AVALIAÇÃO FORMATIVA

       É a avaliação que se propõe a identificar as dificuldades de aprendizagem do aluno durante o processo de ensino-aprendizagem, ela nos define a execução de práticas que gerem melhorias nesse processo. Esta avaliação auxilia captar os avanços e as dificuldades que forem se manifestando ao longo do processo, dando tempo para tomar as providências necessárias. Sua função é informar os acontecimentos do momento, não deve ser apenas descritiva, mas deve ser de uma forma que venha atingir todo processo de desenvolvimento do aluno. Seus resultados nos levam a rever nossos planos, a fazer mudanças em algumas decisões tomadas antes.

2.4.3 – AVALIAÇÃO SOMATIVA
 

      Esta avaliação acontece no final de um trabalho desenvolvido, como no final de uma unidade de estudo, de um bimestre ou mesmo de um projeto desenvolvido e até mesmo no final de um ano letivo. No mesmo sentido, esta avaliação que é realizada no final de um processo de ensino-aprendizagem, se caracteriza como classificatória, a partir de um padrão estabelecido para tomada de decisão final sobre o aluno. Ela nos leva a preocupar com o resultado final, ou seja, com o produto alcançado.
Vimos que a avaliação possui funções diferentes as quais devemos usar de acordo com nossas necessidades, ela faz parte essencial do trabalho pedagógico, para um bom desempenho de nossa função. Portanto precisamos de uma avaliação diagnostica para elaborar um plano mais adequado a determinada escola, disciplina, área de estudo ou turma. Precisamos de uma avaliação formativa para acompanhar todo processo, evitando possíveis falhas comprometam o sucesso do nosso trabalho.

2.5 – INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

       A avaliação é um procedimento que permite ao profissional realizar um trabalho com eficiência, cujas dimensões foram medidas, é uma pratica de análise de informações coletadas para uma tomada de decisões. Assim os instrumentos são ferramentas que subsidiam esse processo de modo que tais decisões sejam tomadas com total segurança. Portanto, sua elaboração deve ser cuidadosa de modo que o instrumento seja valido e fidedigno, tal elaboração deve ser relacionada ao objeto a ser avaliado.
Entre os inúmeros instrumentos serão apresentados alguns como:
A – Testes de Aproveitamento Escolar ou Teste de Rendimento, se aplica para avaliação do domínio cognitivo, podem ser divididos em:
- objetivos são planejados e organizados com itens em que as respostas se estabelecem pela opinião e julgamento dos alunos.
- dissertativos exigem respostas nas quais alunos deve estabelecer relações entre fatos, resumir, analisar, deduzir, entre outros raciocínios. BATOLOMEIS, 1977, ainda classifica os testes quanto a sua extensão de conteúdos, dividindo-os em: inicias, de unidades e resumo final.
B – Técnica de Observação, esta técnica possui duas formas sendo a sistemática, quando se refere a experiência casuais, leva o observador a registrar o maior numero possível de dados. Esta técnica é utilizada principalmente na analise de desempenhos que requeiram demonstração de alguma habilidade não apenas motora, mas em situação que se possa obter indicadores do desempenho comunicativo, de demonstração de raciocínio e processos aprendido pelos alunos.
C – Interrogatório Oral esta é a forma mais tradicional de verificação do aproveitamento escolar, sérias criticas tem sido feitas a seu respeito. O interrogatório não pode ser improvisado, para não haver cansativa repetição de perguntas, deve ter preparos quanto aos objetivos que deseja verificar e características de uma conversa com garantias de uma relação interpessoal.
D – Discussão é uma técnica nesta técnica o professor não participa, mas anota as particularidades do desempenho do aluno. No final os alunos deverão elaborar um relatório de todos os pontos discutidos que subsidiará o docente na avaliação. Como instrumentos de avaliação, ainda devem ser apresentados outro como:
E – Provas, Trabalhos e caderno de aula, perguntas em aula, o valor dos erros, provas e controles escritos, provas escritas com respostas livre, provas de respostas breves e o caderno de aula
F - Provas Objetivas, de acordo com o tipo de resposta, solicitada, levam a diferentes tipos de perguntas, entre outras:
- de verdadeiro / falso;
- de múltipla escolha;
- de relação de pares; de preenchimento de lacunas.

3 – CONCLUSÃO

       Como conclusão deste estudo realizado, vale a pena ressaltar que a avaliação é parte fundamental no desempenho do trabalho pedagógico, pois a mesma apresenta e valoriza o ensino/ aprendizagem, isto é o desenvolvimento do trabalho do professor e a aprendizagem do aluno. A avaliação tem como abordagens qualitativa e quantitativa e quanto aos tipos se classificam em diagnóstica, formativa e somativa. Quanto ao por que avaliar, pode-se afirmar que é a partir da avaliação diagnostica e obtém o nível de conhecimento dos alunos, e assim o professor poderá melhorar sua prática de trabalho, através da avaliação formativa pode se avaliar o trabalho do professor e a aprendizagem do aluno e a avaliação somativa confirma o resultado final do aluno, podendo o mesmo ser aprovado ou não. Como avaliar pode ser explicado que é através de instrumentos direcionados a esta atividade, como as provas objetivas, dissertativas, discussões, seminários, observação, deverá ser no inicio do conteúdo a ser aplicado, durante a aplicação e no final do trabalho realizado. Quem e o que avaliar, deve ser avaliado os alunos os professores e a instituição educacional. Conclui-se que a avaliação auxilia no ensino-aprendizagem e no trabalho da equipe pedagógica.

BIBLIOGRAFIA 

BARTOLOMEIS, F. Avaliação da competência dos alunos recém-ingressos, Compreensão de texto. São Paulo: SENAI, 1977.
ROMANELLI, O. O. História da Educação no Brasil: 1930 - 1973. Petrópolis: Vozes, 1978.

SILVA, S. A. J.
Valores em Educação. Petrópolis: Vozes, 1986.



[1] Graduada em ciências biológicas (CEULP/ULBRA)
Graduada em normal superior (UNITINS)

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